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Todos os Dias Fossem Estes​/​Outros

by Nuno Prata

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1.
Eu não morri — não, isso ninguém viu —, então, que olhos são esses em mim? Se estou aqui é porque ela pediu e eu só podia dizer sim. Não, eu não sou um fantasma; eu estou cada vez mais vivo. E é vivo que assombro os dias de quem me quis inimigo. Desde que aqui cheguei um só sorriso me disse: podes ficar. Agradeci, pois, que não é preciso — pertenço a melhor lugar. Eu sou só um morto-vivo, vim aqui para me mostrar; e assim ver se irrito os risos de quem me quis enterrar. Se eu não morri, se isso ninguém viu, então, que olhos são esses em mim? Desde que entrei nunca mais ninguém riu — não me sabia tão forte assim. Se era apenas um fantasma longe do mundo dos vivos, atravessando as paredes sem saber que era caminho. Agora tem cuidado com o que esses olhos são, decerto já viste muitos assim: tiram mais do que aquilo que dão e matam-te os sonhos sem compaixão. E, se pedires a minha opinião, dir-te-ei somente: toma atenção. Porque senão…
2.
Pára! Porque insistes em ouvir quem não te quer falar? Pára de fazer figuras tristes. Pára! Deixa em paz quem nunca se vai ver no teu lugar. Que mania tu tens de nos pôr todos a pensar como se nos preocupássemos uns com os outros. Eu sei, é difícil resistir se nos sentimos sós, mas sozinhos entendemos bem o que buscar. No meio de tanta confusão é natural tentar forçar quem não nos percebe a gostar de nós e a dizer-nos que o esforço vale a pena. Eu cá vou bem, não me dói demasiado. Só dava o que tenho pra ver alguém do meu lado. O que ontem foi hoje tu já não consegues mudar. Porque continuas a tentar? Dá-te gozo imaginar aquilo que seria teu se tivesses feito o que não fizeste, e o que serias se não fosses o que realmente és? Eu cá vou bem, não me dói demasiado. Só dava o que tenho pra ver alguém do meu lado.
3.
Hoje quem? 03:52
Hoje quem acordou na minha cama, hoje quem é que eu sou? Já é manhã mas esta noite ainda não passou. Que força tenho quando me tenho só a mim, de quem mais eu preciso para respirar? A minha cara faz-me sempre lembrar alguém… E os meus olhos são de quem? Eu queria ser como tu. Eu queria crer como tu. Eu queria ser como eu mas dos meus sonhos acorda outro alguém. Eu queria ser como quem? Hoje quem acordou na minha carne e que sonhos roubou na madrugada de um dia que já passou? Todo o tempo é tempo de acreditar. Mas tanto tempo já passou sem que a fé encontrasse em mim lugar… (Estava sempre onde eu não queria estar.) Eu queria ser como tu. Eu queria crer como tu. Eu queria ser como eu mas dos meus sonhos acorda outro alguém. Eu queria ser como quem? Hoje quem acordou na minha cama, hoje quem é que eu sou? Já estou a pé e o dia ainda nem chegou…
4.
Nada é pior do que não te ter e ver que outros braços te dispensam beijos falsos, fáceis rimas de prazer. Nada é tão mau quanto não te ter e saber que o teu riso é o aviso que de ti preciso para viver. Não preciso de te explicar, que ideia é essa que as palavras falam aos ouvidos melhor que os olhos ao coração? Mas assim eu não te vou ter, porque é à custa de palvras, mesmo erradas, que aprendemos a quem queremos conhecer. Sem afirmar eu não vou crescer. Que face posso dar quando errar porque ninguém ouviu o que eu não quis dizer? Eu vou ter de te falar, deixar explodir, explicar que o que te mostro é tão menos do que me obrigo a calar.
5.
Vamos cantando e rindo, alegremente. Constatamos: borramos o mindinho. É insignificante o preço para que nos aprovem o caminho. Vamos cantando e rindo. Alegremente deixando que a merda nos chegue ao umbigo. Não há perigo, não há perigo — estão aqui muitos comigo. Vamos cantando e rindo, e eu acho isso lindo. Vamos cantando e rindo, e eu acho isso tão lindo. Vamos cantando e rindo. Alegremente deixando que a merda nos chegue aos ouvidos. E é impressionante… Como é que eu ainda respiro? Vamos cantando e rindo. Alegremente enterrados na merda que nos impingem. É o nosso destino. Não se contraria o destino… Vamos cantando e rindo, e eu acho isso lindo. Vamos cantando e rindo, e eu acho isso tão lindo. E ainda cantamos. E ainda cá estamos. E ainda servimos por mais alguns anos. E ainda cantamos. E ainda nos rimos. E ainda ficamos por mais alguns anos.
6.
Assim também eu: falando de barriga cheia é sempre possível qualquer ideia. Assim, também eu era capaz de acreditar que o mundo não se esqueceu de mim. Pobre de mim, que só a mim me tenho. Assim também eu. É fácil quando existe quem nos trata da logística dos sonhos. E ainda bem, se estás ok eu estou ok. Isso é que é para mim um grande passo. Pobre de mim, que sou apenas o que eu faço. Assim também eu. A falar de barriga cheia acredito piamente que levo avante outra estúpida ideia. Assim também eu. Acho que nem ia notar que o mundo pura e simplesmente cagou para mim. Pobre de mim, só vejo o que não tenho. Não sabes, mas eu sempre achei que era capaz de depender só da força dos meus braços. Eu bem que tentei. Em dois anos o pouco que fiz foi dar um passo fora do buraco. Pobre de mim, que já estou morto de cansaço.
7.
Guarda bem o teu tesouro, nem penses que o vais deixar. Não queiras ser mais um tolo que se afasta de quem quer gostar. Guarda bem o teu consolo. Guarda, dele bem vais precisar. É que a vida leva-te a razão e o mau tempo vem sem avisar. Guarda bem o teu tesouro, dá-lhe o melhor lugar do teu lar. O que tens é muito mais do que ouro e nem precisaste de roubar. Guarda bem o teu tesouro, se não sabes porque o vais trocar. Não vejas na minha luta os passos que te apetece dar, eu sou sempre mau agoiro. Guarda, então, o teu tesouro Pois eu corri atrás de tudo e com nada consegui ficar…
8.
Esse não 03:21
Esse não, esse não. Outro que não esse. Esse não, esse não… Foda-se. Esse não, esse não. Todos menos esse. Esse não, esse não… Porque é que tinha de ser esse? Eu conheço esse, eu conheço bem. Ainda que merecesse uma grande lição, porque é que tinha de ser o irmão do meu irmão? Esse não, esse não… Porque é que escolheste esse? Sabes, não parece que exista razão. Eu sei que nunca quis ficar dentro do teu coração, mas estou certo que ele também não quer lá entrar. Mas quem sou eu? Quem sou eu para te julgar? Que sei eu? Que sei eu? Nada. Quem sou eu? Quem sou eu para te cobrar? Quando tudo o que te dei foi nada daquilo que tu querias, do que merecias… Eu só quis lutar pela minha fantasia de ver chegar o dia em que vai ser possível não chorar no fim. Mas, isso não… Isso não… Isso não é assim. Isso não vai acontecer assim nunca. Porque é que tinha de ser esse? Eu conheço esse, eu conheço bem. Porque é que escolheste esse? Eu conheço esse, e conheço bem… Esse não, esse não…
9.
Já é sábado e ninguém sabe, são sete da manhã e já e tarde. Perdi a compostura, vendi as ideias ao morder a ternura em três mulheres feias. Dá-me o teu contacto. O teu fino trato trata-se duma intenção, atenção! Até são palavras lindas, como boas-vindas à porta da solução. Esqueço-me rapidamente que pé se põe pra seguir em frente e o meu norte não é tão forte que a sorte de outros não me tente. Passa mais um sábado, bêbado continuo — dizem que pra meu bem. Deve ser verdade… Eu em silêncio, tenso, bebo a noite atrás de quem? Um copo é pouco, grito!, muito é pouco pra regar um ego sôfrego. Gostava de ser mito, sinto trôpego. Gosatva eu, gostavas tu… Esqueço-me rapidamente que pé se põe pra seguir em frente e o meu norte não é tão forte que a sorte de outros não me tente. Já é sábado e ninguém sabe, são sete da manhã e já é tarde. Começou o sábado ainda era sexta… E no domingo mijo de felicidade e rio da cidade que me acordou.
10.
Eu não respondo por mim. Então, porque respondem por mim? Eu nunca faria assim… De verdade, nada faço e de tudo se espera um fim. Já vi: menos de mim. Já não me importo. Eu já não me importo, eu já não… Eu sirvo para muito pouco. Não condescendam, isso é pouco melhor. Começo a sentir-me fraco… É de há muito tempo andares a esgravatar no teu buraco! Vocês nem digam nada, puta que pariu!, vocês nem servem de nada, e eu já não me importo. Eu já não me importo, eu já não… Já não me importo e até suporto. Já nem respondo. Já só quero que passe o tempo sem estar atento, sem querer estar. Sem servir de saco de pancada a fracos que rezam a história sempre da maneira errada. Eu não respondo por mim. Então, porque respondem por mim? Eu nunca faria assim. De verdade, nada faço e de tudo se espera um fim. Já vi menos de mim… Já não me importo. Eu já não me importo, eu já não…
11.
Nós não 03:25
Não temos dinheiro. Nós não fazemos dinheiro. Nós não contribuimos em nada para a evolução do país. Não temos dinheiro. Nós não fazemos dinheiro. Nós só passamos dias inteiros atrás daquilo que não tem vez. Não temos dinheiro: não temos ninguém. Não temos dinheiro: não somos ninguém. Não temos dinheiro. Nós não queremos dinheiro. Nós no nosso mealheiro só guardamos o eco da nossa voz. Não temos dinheiro. Nós não queremos dinheiro porque acreditamos que a nossa recompensa é o que nasce de nós. Mas nós sem dinheiro não somos ninguém. Mas nós sem dinheiro não temos ninguém. Não temos dinheiro. Nós não fazemos dinheiro. Nós não nos preocupamos com a actual situação do país. Não temos dinheiro. Nós não queremos dinheiro. E passamos uns tempos porreiros a rir do que por aí se diz…
12.
Vou ficar só um pouco mais dentro para quando sair não me perder. Vou gastar mais um pouco do tempo que ainda me sobra antes de crescer. Eu bem tento dar meu corpo a viver razões que não percebo; e até sinto que me dou a entender porque a meus olhos já me entendo. Já não dói. Na demora há algo que vai crescendo, algo que já não dá pra esconder; e no escuro é que vou aprendendo os medos que já não me metem medo. Eu bem tento dar meu corpo a mostrar aquilo que vou sendo… Para mim é sempre um bom lugar aquele aonde me mantêm preso. Já não dói. Não digas isso, o que é que sabes daquilo que os outros podem dar? Não penses isso, não digas nada… Estamos tão fartos de te ouvir falar! Não digas tu isso. Não vale a pena. Eu é que já estou farto de gritar. Tudo é tão simples, se o sinto assim… E, assim sendo, ficamos em paz. Até porque já não dói.
13.
Nós não temos de ser os melhores, para nós há lugar também. Aliás, há já tantos melhores que não sobra espaço para mais ninguém. Nós pomos os pés nas poças dos outros à procura de um motivo que nos leve longe e, nas nossas costas, embrulhe tudo de sentido. Não deixes de querer fugir porque saber fugir não é mau. Nós temos de saber fingir porque saber fingir não é mau. Eu não vos mereço mas sem vocês o que é que eu faço? Eu não tive nunca nada meu. Preciso mas não tenho, agora, tempo pra pensar. Dêem-me de volta os dias, quero de volta os dias, quero ter dias só meus… Quero ser eu o primeiro a dizer adeus. Não deixes de querer fugir porque saber fugir não é mau. Nós temos de saber fingir porque saber fingir não é mau.
14.
Vamos levando, vamos aprendendo. Vamos passando os dias sendo. Vamos registando e esquecendo: vamos perdoando, vamos crescendo. Vamo-nos abraçando, vamos ficando ternos irascíveis. Eu bem percebo. Queremos o mesmo — não desfazendo. Levamos avanço, ainda é cedo. Só temo pelos que os outros vão sendo. Vamos decifrando um pouco de tudo do de tudo um pouco que nos vão dizendo, porque cremos que todos temos bom fundo e é isso que ainda nos vai entretendo. Assumimos: estamos sempre um pouco àquem; e, para conservarmos nossa sanidade, constantemente incutimos a culpa a alguém… Não vejo nisso motivos pra tanto alarde. Só temo pelo que os outros vão sendo. Somos patéticos quando simpáticos, somos estúpidos e problemáticos. Acabamos casmurros, e o que é fantástico é que complicando tudo às vezes somos práticos. Vamos andando, deixemo-nos ir. Há futuro enquanto conseguirmos rir; e tudo o que hoje fizermos de errado incontornavelmente torna-se passado. Só temo pelo que os outros vão ver. Só temo pelo que os outros vão ter
15.
Volto para casa a pensar na mesma coisa. Mas, vendo bem, a coisa até mudou. Não necessariamente para melhor. Ou melhor… Para melhor, para melhor: quando a coisa muda é sempre para melhor. Ainda que volte para casa a pensar na mesma coisa. Ou noutra coisa que é a coisa, se mudou. Independente, intrasigente, e ainda completamente indiferente ao que eu quis, ao que eu fiz e ao que eu sou. Eu já fiz de tudo para definir a coisa. E, engraçado, a coisa é tudo o que eu não sou. Não desespero mais, sei que esperando de vez em quando se a coisa muda é porque algo em mim também mudou. Então, espera um pouco por mim. Já foi maior a aflição. Eu já estive mais perdido só de olhar o mapa da palma da mão. E agora em casa penso já numa outra coisa, não nessa coisa em que a coisa se tornou.
16.
Porque sim 03:52
Esta é para ti porque sim. Porque cheguei a casa e senti porque sinto o vento da mudança a dançar para mim: é que este vem de ti. Vem de ti porque sim. Esta é para ti porque sim. Porque cheguei a casa e sem ti já me sinto incapaz de crer no que vejo crescer da soma destes dias, e dias, e dias, e dias… Dava-te tudo se tudo fosse pra teu bem, dava-te a vida se a minha vida valesse um dia nosso. Dava-te, juro, o melhor do melhor, do melhor de mim, se o não tivesse perdido ao perceber que a melhor parte de nós não nos obedece. Mas mesmo assim… Esta é para ti porque sim. Porque cheguei a casa, e então vi que me sinto finalmente pronto a aceitar que até há coisas que são assim. Só assim: porque sim. Esta é para ti porque sim. Por ser para ti o riso que ri dentro de mim. Pobre ilusão… Ainda assim vai resistindo dias, e dias, e dias, e dias… Dava-te tudo se tudo fosse pra teu bem. Dava-te a vida se a tua vida pedisse um dia nosso. Dav-te, juro, o melhor do melhor, do melhor de mim, se não tivesse perdido de vez a noção do que ainda posso e do que já não posso. Mas mesmo assim… Esta é para ti porque sim. Porque cheguei a casa e senti porque sinto o vento da mudança a dançar para mim: é que este vem de ti. Vem de ti porque sim… Ou esta é para mim? Porque não para mim? Tu és só uma ideia — tu não és mesmo assim — que em qualquer uma encaixo se pensar porque sim. OK, não minto mais: esta é para mim. Dava-te tudo se tudo fosse pra meu bem, dava-te a vida se a minha vida pedisse algo de nosso. Dava-te, juro, o melhor do melhor, do melhor de mim, se o não tivesse deitado fora ao ver que a melhor parte de nós de nada nos serve. Ainda assim…
17.
CMaj7 G#º(b13) G#º Ainda que pareça A/G D7(9) G#º(b13) as vozes não estão só na minha cabeça. G#º CMaj7 Ebº E7(b9) Ainda que careça de confirmação, A7 as vozes existem, e persistem, G#º(b13) G#º e mastigam-me a atenção. CMaj7 G#º(b13) G#º Ainda que o sinta, A/G D7(9) G#º(b13) dentro não é lado nenhum. G#º CMaj7 Ebº E7(b9) Embora me minta sem ver bem que o faço, A7 eu sinto sucesso no fracasso G#º(b13) G#º CMaj7 que é ficar sentado em frente à televisão. CMaj7 G#º(b13) G#º Embora acredite A/G D7(9) G#º(b13) que todos temos o que merecemos, G#º CMaj7 Ebº E7(b9) embora exercite a imaginação, A7 o limite do corpo é o porto G#º(b13) G#º FMaj7 de onde nunca vejo sair o barco da paixão. BbMaj7 BbMaj7/G CMaj7 E porque não ficar por aqui? FMaj7 BbMaj7 CMaj7 E porque não ficar por aqui?
18.
Alice ri-se 03:37
Alice ri-se e eu caibo na sua minúscula mão. Alice ri-se e o meu mundo é uma manta no meio do chão. Ali se vence a vida por estar cá sem querer razão — Alice ensina-me a aprender essa lição. Alice ri-se e o seu riso é a minha salvação. Sempre que chega, Alice traz-me a sua boa disposição. Alice, nos caminhos vamos perder-nos da mão. Mas, Alice, estes momentos ninguém leva de onde estão — segredos sagrados, seguros no meu coração. Alice ri-se e o resto é como se não visse. Como se cessasse tudo e o mundo inteiro se resumisse a um grande nada, a uma imensa parvoíce que existe só para que exista a Alice; que existe só para vermos rir a Alice.
19.
O homem invisível ainda acha possível abrir sorrisos à sua passagem. Mas não é fácil. É pouco provável que algum dia alguém repare na sua viagem rumo aos corações. É por gostar que sai ao encontro de quem tem a certeza de um dia o ter visto. Só pra mostrar que o que hoje se vê de si é o que sobrou da sua vontade de entrar nos corações. O homem invisível ainda acha possível regressar da viagem com recordações de sorrisos novos em velhos conhecidos que, por fim, deixem navegar os sentidos ao sabor das emoções. O homem invisível nunca teve a coragem de enfrentar as coisas tal como elas são… Mas quem pode dizer que aí não há a intenção de ter das coisas, não aquilo que elas mostram, mas o que de melhor maneira encontra o coração. O homem invisível ainda acha possível abrir sorrisos à sua passagem. Mas não é fácil. É pouco provável haver alguém que um dia o acompanhe na sua viagem rumo aos corações.

credits

released September 16, 2006

Canções de Nuno Prata / Arranjos de Nuno Prata e Nico Tricot / Gravado por Nico Tricot e Nuno Prata na Casa do Covo, em casa do Nuno, no estúdio do Alfredo e em casa da Lena e do Nico entre Junho e Outubro de 2005 / Misturado e masterizado por Nélson Carvalho no MB Estúdio / Design de Nuno Prata

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